Wednesday, February 15, 2006

U2 DISCO A DISCO















Há 28 anos atrás o Jovem Larry Mullen Jr colocou num mural de uma escola secundária de Dublin Irlanda um anuncio convocando vocalista guitarrista e baixista para formar uma banda de rock. Paul Hewsen, Dave Evans e Adam Clayton atenderam ao chamado para as respectivas funções e formaram a banda Feedback. Segundo parentes e vizinhos o som, geralmente tirado na cozinha de Larry, era desastroso. Em 1978 já sob o nome de U2, a banda grava seu primeiro ep U23 e o resto é história. Paul Hewsen (Bono), Dave (the Edge) Evans Adam Clayton e Larry Mullen se tornaram o maior grupo de rock da década de 80 e um dos maiores ainda em atividade junto com os Stones. Aqui acompanharemos a trajetória da banda através de seus discos.




Boy (1980)- O debut da banda é um disco essencialmente influenciado pelo punk e a new wave. O U2 aqui se encontra com uma energia juvenil e um clima bastante descompromissado. Guitarras com forte pegada, melodias bem engendradas e a segura produção de Steve Lillywhite assegurou este disco entre os melhores da década. Boy traz as clássicas I will follow, Eletric co

October (1981)- Ainda sob as mesmas influências do anterior, o U2 não decepciona no teste do segundo álbum. Destaque para a bela clássica Gloria

War (1983)- É o Green card do U2. Com este álbum a banda estoura nos E.U.A . É também um disco de transição da fase pós-punk para a fase messiânica. Aqui a face engajada que passará a ser a marca registrada do grupo começa a se desenhar. New year’s day era uma critica à lei marcial polonesa decretada depois da dissolução do partido solidariedade, que fazia manifestações nas ruas pedindo liberdade de expressão e condições de trabalho descentes, e prisão de seu líder Lech Walensa. Logo após o lançamento do single a lei foi revogada. Além de New year’s day outro clássico da banda (senão o maior de todos) é a bela Sunday bloody Sunday, que lembra o episódio do domingo sangrento. Ficou marcada por sua inconfundível bateria marcial. Esse disco rendeu uma turnê pela Europa e Estados Unidos que foi registrada no ótimo ao vivo Under a blood red sky

The unforgettable fire (1985)- Não há mais resquícios de pos-punk neste álbum. Batizado com o nome da exposição em Chicago para qual o U2 doou o cenário da turnê de 1983, o disco é o inicio da fase messiânica e do fascínio pelas coisas da América característica que se tornará mais evidente nos próximos dois discos. O disco abre com a pungente A sort of homecoming e traz clássicos como Pride, Bad, além da faixa titulo. A belíssima Promenade também merece destaque.

The Joshua Tree (1987)- O multipremiado álbum é o ponto alto da fase messiânica. Perfeito do inicio ao fim é o mais belo disco do U2, o reconhecimento do público e da critica não foram em vão. Apesar de ter quase todo seu lado A tocado a exaustão nas fms é impossível enjoar de musicas tão marcantes como Where th streets have no name, I still haven’t found what i’m looking for, with or without you e bullet the blue sky. Porém seu lado B também é de arrasar, com destaque para Running to stand still, Red hill minnig town e in God’s country.

Rattle and hum (1988)- O U2 agora é uma megabanda. E toda megabanda precisa de um megaprojeto para se auto afirmar certo (basta lembrar de the Wall)? O projeto Rattle and Rum englobava disco e filme. O disco era uma parte canções inéditas e outra parte covers e sucessos da banda ao vivo tirados da turnê Joshua Tree. Já o filme dirigido por Phil Juanou cumpre a missão de mostrar uma banda no auge do sucesso em ação. É aqui que o deslumbramento com a América se torna mais exacerbado: parceria com B.B.King, chapéus de caubói, influencias do folk. A superesposição nessa época foi tanta que depois do ultimo show da turnê que se emendou na Joshua Tree (a lovetown cujo fim se deu num show iniciado à meia noite do dia 31 dezembro de 89 para 1 de janeiro de 90) achou-se que se tratava de uma despedida. Mas era apenas uma retirada estratégica para não desgastar a imagem do grupo. Uma nova fase da banda estava prestes a se iniciar.

Achtung baby (1991)- “O U2 vai gravar um disco dance!” Foi o boato que correu em 1991 quando anunciaram que o U2 daria uma guinada diferente em sua carreira. Certamente vazaram comentários de influências eletrônicas e dançantes no álbum que foram interpretadas precipitadamente como dance music. Na verdade Achtung baby é um disco de fato que inicia a fase experimental do U2, mas essencialmente rock n’ roll: the fly é basicamente distorções e guitarras altas; Untll the end of the world mostra como the Edge evoluiu de um guitarrista básico para um artesão do instrumento; who’s gonna ride your wild horses é o U2 de sempre. Claro, Zôo station, faixa que inicia os trabalhos causa estranheza na primeira ouvida, Mistyrious ways é um flerte com a world music, mas o que importa aqui é o fim do deslumbramento com a América e surgimento de uma banda mais audaciosa.

Zooropa (1993)- Composto durante a turnê de promoção de Achtung Baby, Zooropa é o ponto alto da fase experimental do U2. Artisticamente é o mais rico e nesse há um claro flerte com a música eletrônica, a música Lemon. Mas há lugar, é claro, para canções que remetem ao estilo da banda como Stay(faraway so close) e baby face (que até lembra um pouco With or without you).

Pop (1997)- Agora sim , o U2 gravou um disco quase dance...e não agradou. Não que seja de todo ruim, há bons momentos como Stairing at the sun, Mofo e Last night on earth, mas o que incomoda aqui é que a banda está tentando se auto afirmar, mostrando que não envelheceu e está antenada com as novidades. É o mais fraco da banda.

All that you can’t leave behind (2000)- É um processo natural: banda começa a envelhecer, se recusa a aceitar o fato e lança um disco seguindo uma tendência “muderna” como uma forma de mostrar que ainda tem combustível para queimar. Depois a banda cai em si, percebe que um dia ela criou uma tendência ao invés de seguir uma tendência, e com o endosso dos fãs ela retoma as raízes. All that you can’t leave behind é justamente isso, a volta às raízes passada a estranheza do album anterior. Não se compara a Boy ou Joshua Tree, mas é um bom e inspirado disco de uma banda que sabe que não vai mais revolucionar nada, mas o que não impede de continuar fazendo bons trabalhos. Destaque para a faixa de trabalho Beautiful day e não estourada Wild honey

How to dismantle an atomic bomb (2004)- O melhor desde Zooropa. Melodias bem azeitadas, rocks básicos e diretos, é sem dúvida o disco mais rock que o U2 gravou nos últimos anos. A banda aqui continua apostando na fórmula do time que está ganhando em não mexe no esquema tático adotado no álbum anterior. Destaques são a tocante Sometimes you can make it on your on (feita para o pai de Bono falecido em 2001) e City of blinding lights, que remete ao álbum The Unforgetteble fire

No comments: