Tuesday, February 28, 2006



Leonard Cohen é sem dúvidas um dos mais importantes compositores da música pop aglo-saxônica do final dos anos 60 e adentrou os 70 e 80. Este canadense de Montreal flertou com a folk music, a soul music, o pop e suas músicas românticas longe de ser piegas falavam sobre desilusão e desamparo (que a bem da verdade são a verdadeira tônica das paixões). A curiosidade é que Cohen é extremamente popular na Polônia, e dizem, mais do que Michael Jackson. Essa é a letra de uma música tirada do disco The future de 1992.

Closing time
Ah we're drinking and we're dancing
and the band is really happening
and the Johnny Walker wisdom running high
And my very sweet companion
she's the Angel of Compassion
she's rubbing half the world against her thigh
And every drinker every dancer
lifts a happy face to thank her
the fiddler fiddles something so sublime
all the women tear their blouses off
and the men they dance on the polka-dots
and it's partner found,
it's partner lost and it's hell to pay when the fiddler stops:
it's CLOSING TIME
Yeah the women tear their blouses off
and the men they dance on the polka-dots
and it's partner found, it's partner lost
and it's hell to pay when the fiddler stops:
it's CLOSING TIME
Ah we're lonely, we're romantic
and the cider's laced with acid
and the Holy Spirit's crying, "Where's the beef?"
And the moon is swimming naked
and the summer night is fragrant
with a mighty expectation of relief
So we struggle and we stagger
down the snakes and up the ladder
to the tower where the blessed hours chime
and I swear it happened just like this:
a sigh, a cry, a hungry kiss
the Gates of Love they budged an inch
I can't say much has happened since
but CLOSING TIME
I swear it happened just like this:
a sigh, a cry, a hungry kiss
the Gates of Love they budged an inch
I can't say much has happened since
CLOSING TIME
I loved you for your beauty
but that doesn't make a fool of me:
you were in it for your beauty too
and I loved you for your body
there's a voice that sounds like God to me
declaring, declaring, declaring that your body's really you
And I loved you when our love was blessed
and I love you now there's nothing left
but sorrow and a sense of overtime
and I missed you since the place got wrecked
And I just don't care what happens next
looks like freedom but it feels like death
it's something in between, I guess
it's CLOSING TIME
Yeah I missed you since the place got wrecked
By the winds of change and the weeds of sex
looks like freedom but it feels like death
it's something in between, I guess
it's CLOSING TIME
Yeah we're drinking and we're dancing
but there's nothing really happening
and the place is dead as Heaven on a Saturday night
And my very close companion
gets me fumbling gets me laughing
she's a hundred but she's wearing
something tight
and I lift my glass to the Awful Truth
which you can't reveal to the Ears of Youth
except to say it isn't worth a dime
And the whole damn place goes crazy twice
and it's once for the devil and once for Christ
but the Boss don't like these dizzy heights
we're busted in the blinding lights, busted in the blinding lights
of CLOSING TIME
The whole damn place goes crazy twice
and it's once for the devil and once for Christ
but the Boss don't like these dizzy heights
we're busted in the blinding lights,
busted in the blinding lights
of CLOSING TIME
Oh the women tear their blouses off
and the men they dance on the polka-dots
It's CLOSING TIME
And it's partner found, it's partner lost
and it's hell to pay when the fiddler stops
It's CLOSING TIME
I swear it happened just like this:
a sigh, a cry, a hungry kiss
It's CLOSING TIME
The Gates of Love they budged an inch
I can't say much has happened since
But CLOSING TIME
I loved you when our love was blessed
I love you now there's nothing left
But CLOSING TIME
I miss you since the place got wrecked
By the winds of change and the weeds of sex.
É carnaval, mas daqui a 5 dias vem o Oscar e por incrível que pareça, é possível fazer uma analogia entre os quesitos julgadores das escolas com as categorias do Oscar. Vejam:

Samba-enredo- canção original
Enredo- roteiro
Alegorias e adereços- direção de arte
Fantasia- figurino
Bateria- som
Harmonia- montagem sonora
Conjunto- montagem
Mestre sala e porta bandeira- melhor ator/atriz

Faz sentido...

Friday, February 24, 2006

Foram dois shows históricos, mas o fato de no U2 não teve área vip na frente do palco e o público era quase todo formado por fãs de verdade (e não neguinho que foi lá só por que era de gratis ou pela propaganda massiva da globo) fez toda a diferença.

MENINOS EU VI


Eu vi com estes olhos que a terra há de comer: U2 ao vivo na sua melhor forma, como eu já tinha perdido as esperanças de ver. A turnê passada que foi a volta da banda aos bons sons, depois do patético flerte com a música eletrônica em pop, não passou pelo Brasil e essa também não incluía o pais na rota, até que como por um milagre a América latina surgiu no roteiro para o inicio deste ano. Quem ficou horas na fila ou ficou com tendinite de tanto ligar para a ticketronic (como eu) foi recompensado com um dos melhores shows que já passaram pelo Brasil. E de lambuja assistiu como banda de abertura a sensação do rock atual, pena que o som estava baixo a luz fraca e o campo de ação limitado, afinal eram a banda de abertura, mas foi um show furioso que mostoru por que eles são considerados os Strokes escoceses. Depois de muita espera, ecoa no potente sistema de som a música Wake up do Arcade fire, que abre as apresentações do U2 nessa turnê, os que já sabiam começam a berrar, o telão começa a reproduzir efeitos e surge The Edge, Larry Mullen, Adam Clayton e finalmente Bono executando City of blinding lights, o Morumbi vai abaixo. Bono diz em português que o show da noite anterior foi exibido para todo o país, mas esse seria nossa festinha particular. A platéia parecia mais empolgada do que no dia anterior o que deve ter conagiado a banda que fez um show ainda melhor. Tanto clássicos como new year’s day e Sunday bloody Sunday quanto novidades como Vertigo e Elevation foram cantadas em uníssono pela platéia. Claro, não faltou discurso político, inclusive foi parar no palco uma camisa na qual estava escrito “Bono for president”. Discurso de incentivo e fé no Brasil e na América latina também. Mas o que fez desse um show perfeito foi justamente essa junção de rock política, farra e consciência. A banda estava tocando com ma fúria empolgação e garra que não se via desde o início dos anos 90 e Bono esbanjando carisma, brincando com o público e regendo a enorme massa com uma maestria ímpar o que o coloca junto com Mick Jagger na categoria de vocalistas com magnetismo impar ainda vivos. Houve alterações (pra melhor) no set list em relação ao dia anterior: Stuck in a moment do álbum All that you can’t leave behind foi substituída pela raridade The first time do antológico Zooropa e 40 ficou de fora e em seu lugar entraram All I want is you e Love rescue me. Na noite de terça também teve fãs no palco, mas não rolou clima romântico, uma subiu no meio de Desire depois de ser perguntada por Bono se sabia tocar guitarra e a outra no final de The Fly que ficou se agitando no meio do palco onde ficou até Mystirious ways. Em With or without you ele cantou sozinho e depois desceu para perto do público. E todo o aparato tecnológico foi uma atração a parte, com dois telões de alta definição nas extremidades superiores e um videodrome gigantesco onde se projetavam efeitos e imagens. Foi de longe o melhor show do U2 em anos e anos luz a frente do que a banda fez na primeira vez que veio ao Brasil. Inesquecível.

Monday, February 20, 2006

O MAIOR ESPETÁCULO DA TERRA

Tudo era superlativo: a maior banda de rock do planeta, tocando para o maior público da história do rock. As chances das expectativas serem de alguma forma frustradas eram tão grandes quanto. Não foi o que aconteceu em Copacabana Rio de Janeiro, 18 de fevereiro de 2006. Quem esteve lá foi testemunha ocular de um capítulo da história da música pop do nosso tempo. Ao contrário dos prognósticos negativos tudo correu bem, parece que os organizadores aprenderam a lição com o desastroso show de Lenny Kravitz, onde não houve qualquer preocupação com organização e muito menos segurança. Mas para receber um evento da grandiosidade do que ocorreu na noite de sábado, foi montado todo um esquema que se por um lado atrapalhou a vida dos moradores da cidade que não estão nem aí para rock n’roll, por outro não provocou o caos que se esperava quando o show foi confirmado.
O Rio teve uma espécie de segundo Reveillon, era possível ver os apartamentos da orla com janelas cheias, enfeites e clima de festa. Eram os sortudos moradores do lugar que transformaram suas casas em camarotes. Já nas areias, ouvia-se sotaques de várias partes do Brasil e do mundo, sem contar com os ambulantes, que a princípio seriam proibidos de circular pela área (como se fosse possível controlar isso), faturavam alto. O homem que me vendeu uma Coca Cola logo após a apresentação era todo sorrisos.
Os trabalhos começaram com o grupo Afro Reggae que até foi bem recebido pelos roqueiros. Os Titãs fizeram um show redondinho, próprio para um show de abertura, mas foi muito prejudicado pelo som; logo no inicio da apresentação o microfone de Branco Mello falhava na música Flores e a platéia foi bastante camarada cantando a letra a plenos pulmões em solidariedade ao vocalista. Mas o melhor ainda estava por vir.
Pontualmente às 21:45 surge no telão uma animação com vários efeitos especiais simulando um big bang que inspirou o título do disco em divulgação. E a banda entra detonando logo de cara um de seus principais sucessos Jumping Jack Flash, afinal uma banda com tantos anos e tantos hits pode se dar ao luxo de entrar gastando a artilharia pesada. Em seguida, o clássico que traduz oi espírito da banda até hoje, It’s Only rock and roll, nessa hora o telão exibia uma colagem de imagens de toda a carreira da banda. A primeira parte do show foi um mix de músicas novas e recentes, como oh no not you again, rain fall down e you’ve got me rocking e clássicos como Tumbling Dice, Wild horses e a antológica interpretação de midnight rambler o bluesaço do álbum Let it Bleed. Mick Jagger mostrou-se o entertainer carismático de sempre, falando em português, puxando coros, apostando na política de jogar para a platéia. Talvez sentindo a frieza da polêmica área VIP (que só devia conhecer Satisfaction e Start me up) se dirigiu exclusivamente à grande massa e sempre dava um jeito de correr pela passarela para sentir um pouquinho de calor do povo. Grata surpresa da noite foi a execução de Night time is the right time de Ray Charles onde a vocalista Lisa Fischer (com eles desde a Voodoo lounge) deu um verdadeiro show, simplesmente de arrepiar. Depois das apresentações da banda veio o já tradicional set de Keith Richards enquanto Mick vai beber uma agüinha e descansar. O guitarrista tocou This place is empty do novo álbum e a clássica Happy.O inicio do show foi irretocável, mas um tanto “certinho”, a frieza do gargarejo reservado aos grobais ,ex-bbbs e outras criaturas mais preocupadas em ver e serem vistas, a magnitude do evento em si e a preocupação em sair tudo perfeito já que o show estava sendo transmitido ao vivo pelo rádio e internet para E.U.A, Canadá e México pesaram, mas nada que comprometesse a qualidade.
Mas foi na segunda parte do show que o bicho realmente pegou: através do palco móvel a banda foi pro meio do povo onde foi recebida calorosamente ao som de Miss you e em seguida a ultima da noite tirada do disco novo, o rockão rough justice. Ainda no meio da massa, detonaram a furiosa Get off of my cloud e Honky tonk women. O show poderia acabar aí...mas ainda teve Sympathy for the devil, Start me up cantada em uníssono, Brown sugar, You can’t allways get what you want com coro da multidão de e o gran finale com Satisfaction (nessa até quem não era fã pulou e cantou). A banda estava afiada, até Ron Wood tocou bem e os quatro vovôs do rock mostraram que apesar da idade que já avança, eles ainda têm energia de sobra. Uma noite histórica, quem viu vai contar pras gerações futuras. Foi o rock de primeira dando o grito de carnaval no Rio de Janeiro. As pedras ainda não deram sinais de criar limo.


PS: por que Luciana Gimenez ta aí “toda toda” posando de primeira dama se Jagger já falou pra quem quisesse ouvir que o caso dele com a cacho...modelo-e-apresentadora foi um erro?

Wednesday, February 15, 2006

U2 DISCO A DISCO















Há 28 anos atrás o Jovem Larry Mullen Jr colocou num mural de uma escola secundária de Dublin Irlanda um anuncio convocando vocalista guitarrista e baixista para formar uma banda de rock. Paul Hewsen, Dave Evans e Adam Clayton atenderam ao chamado para as respectivas funções e formaram a banda Feedback. Segundo parentes e vizinhos o som, geralmente tirado na cozinha de Larry, era desastroso. Em 1978 já sob o nome de U2, a banda grava seu primeiro ep U23 e o resto é história. Paul Hewsen (Bono), Dave (the Edge) Evans Adam Clayton e Larry Mullen se tornaram o maior grupo de rock da década de 80 e um dos maiores ainda em atividade junto com os Stones. Aqui acompanharemos a trajetória da banda através de seus discos.




Boy (1980)- O debut da banda é um disco essencialmente influenciado pelo punk e a new wave. O U2 aqui se encontra com uma energia juvenil e um clima bastante descompromissado. Guitarras com forte pegada, melodias bem engendradas e a segura produção de Steve Lillywhite assegurou este disco entre os melhores da década. Boy traz as clássicas I will follow, Eletric co

October (1981)- Ainda sob as mesmas influências do anterior, o U2 não decepciona no teste do segundo álbum. Destaque para a bela clássica Gloria

War (1983)- É o Green card do U2. Com este álbum a banda estoura nos E.U.A . É também um disco de transição da fase pós-punk para a fase messiânica. Aqui a face engajada que passará a ser a marca registrada do grupo começa a se desenhar. New year’s day era uma critica à lei marcial polonesa decretada depois da dissolução do partido solidariedade, que fazia manifestações nas ruas pedindo liberdade de expressão e condições de trabalho descentes, e prisão de seu líder Lech Walensa. Logo após o lançamento do single a lei foi revogada. Além de New year’s day outro clássico da banda (senão o maior de todos) é a bela Sunday bloody Sunday, que lembra o episódio do domingo sangrento. Ficou marcada por sua inconfundível bateria marcial. Esse disco rendeu uma turnê pela Europa e Estados Unidos que foi registrada no ótimo ao vivo Under a blood red sky

The unforgettable fire (1985)- Não há mais resquícios de pos-punk neste álbum. Batizado com o nome da exposição em Chicago para qual o U2 doou o cenário da turnê de 1983, o disco é o inicio da fase messiânica e do fascínio pelas coisas da América característica que se tornará mais evidente nos próximos dois discos. O disco abre com a pungente A sort of homecoming e traz clássicos como Pride, Bad, além da faixa titulo. A belíssima Promenade também merece destaque.

The Joshua Tree (1987)- O multipremiado álbum é o ponto alto da fase messiânica. Perfeito do inicio ao fim é o mais belo disco do U2, o reconhecimento do público e da critica não foram em vão. Apesar de ter quase todo seu lado A tocado a exaustão nas fms é impossível enjoar de musicas tão marcantes como Where th streets have no name, I still haven’t found what i’m looking for, with or without you e bullet the blue sky. Porém seu lado B também é de arrasar, com destaque para Running to stand still, Red hill minnig town e in God’s country.

Rattle and hum (1988)- O U2 agora é uma megabanda. E toda megabanda precisa de um megaprojeto para se auto afirmar certo (basta lembrar de the Wall)? O projeto Rattle and Rum englobava disco e filme. O disco era uma parte canções inéditas e outra parte covers e sucessos da banda ao vivo tirados da turnê Joshua Tree. Já o filme dirigido por Phil Juanou cumpre a missão de mostrar uma banda no auge do sucesso em ação. É aqui que o deslumbramento com a América se torna mais exacerbado: parceria com B.B.King, chapéus de caubói, influencias do folk. A superesposição nessa época foi tanta que depois do ultimo show da turnê que se emendou na Joshua Tree (a lovetown cujo fim se deu num show iniciado à meia noite do dia 31 dezembro de 89 para 1 de janeiro de 90) achou-se que se tratava de uma despedida. Mas era apenas uma retirada estratégica para não desgastar a imagem do grupo. Uma nova fase da banda estava prestes a se iniciar.

Achtung baby (1991)- “O U2 vai gravar um disco dance!” Foi o boato que correu em 1991 quando anunciaram que o U2 daria uma guinada diferente em sua carreira. Certamente vazaram comentários de influências eletrônicas e dançantes no álbum que foram interpretadas precipitadamente como dance music. Na verdade Achtung baby é um disco de fato que inicia a fase experimental do U2, mas essencialmente rock n’ roll: the fly é basicamente distorções e guitarras altas; Untll the end of the world mostra como the Edge evoluiu de um guitarrista básico para um artesão do instrumento; who’s gonna ride your wild horses é o U2 de sempre. Claro, Zôo station, faixa que inicia os trabalhos causa estranheza na primeira ouvida, Mistyrious ways é um flerte com a world music, mas o que importa aqui é o fim do deslumbramento com a América e surgimento de uma banda mais audaciosa.

Zooropa (1993)- Composto durante a turnê de promoção de Achtung Baby, Zooropa é o ponto alto da fase experimental do U2. Artisticamente é o mais rico e nesse há um claro flerte com a música eletrônica, a música Lemon. Mas há lugar, é claro, para canções que remetem ao estilo da banda como Stay(faraway so close) e baby face (que até lembra um pouco With or without you).

Pop (1997)- Agora sim , o U2 gravou um disco quase dance...e não agradou. Não que seja de todo ruim, há bons momentos como Stairing at the sun, Mofo e Last night on earth, mas o que incomoda aqui é que a banda está tentando se auto afirmar, mostrando que não envelheceu e está antenada com as novidades. É o mais fraco da banda.

All that you can’t leave behind (2000)- É um processo natural: banda começa a envelhecer, se recusa a aceitar o fato e lança um disco seguindo uma tendência “muderna” como uma forma de mostrar que ainda tem combustível para queimar. Depois a banda cai em si, percebe que um dia ela criou uma tendência ao invés de seguir uma tendência, e com o endosso dos fãs ela retoma as raízes. All that you can’t leave behind é justamente isso, a volta às raízes passada a estranheza do album anterior. Não se compara a Boy ou Joshua Tree, mas é um bom e inspirado disco de uma banda que sabe que não vai mais revolucionar nada, mas o que não impede de continuar fazendo bons trabalhos. Destaque para a faixa de trabalho Beautiful day e não estourada Wild honey

How to dismantle an atomic bomb (2004)- O melhor desde Zooropa. Melodias bem azeitadas, rocks básicos e diretos, é sem dúvida o disco mais rock que o U2 gravou nos últimos anos. A banda aqui continua apostando na fórmula do time que está ganhando em não mexe no esquema tático adotado no álbum anterior. Destaques são a tocante Sometimes you can make it on your on (feita para o pai de Bono falecido em 2001) e City of blinding lights, que remete ao álbum The Unforgetteble fire

GET LIVE IF YOU WANT

Sabe aquela máxima “quem sabe faz ao vivo”? Aplica-se perfeitamente aos Rolling Stones. Assim como o The Who, os Stones têm verdadeira simbiose com palco/platéia/amplificadores. Aproveitando da vinda da banda no próximo dia 18, resolvi fazer uma análise de seus registros ao vivo

Get live if you want (cd/1966)- Tirado da turnê de 1965, mostra a banda no frescor do início da carreira, tocando em lugares pequenos e esfumaçados. Quase que dá para sentir o calor da platéia durante a audição. Pena que a gravação seja tão precária, porém alguns consideram isso um charme.








Rock and roll circus (cd-dvd/1968)- Durante 28 anos este registro ficou no limbo, alguns colecionadores possuíam cópias piratas, mas em 1996 foi lançado em cd e vhs e traz a apresentação da banda para a tv britanica que na verdade era uma reunião das maiores bandas da época ciceroneada pelos Stones. Jethro Tull, Taj Mahal, the Who com sua opereta pré-Tommy A quick one while he is away, Yoko ono (o momento em que Yoko assume os vocais quase estraga a festa), Marianne faithfull e ainda um número com um verdadeiro Dream Team do rock batizado de Dirty Mac, banda improvisada por John Lennon, Keith Richards, Mitch Mitchell (baterista do Jimmy Hendrix) e Eric Clapton. A apresentação dos Stones traz musicas de seu recém lançado Beggar’s Banquet numa performance incendiária










Stones in the park (dvd/1969)- Show que a banda deu no Hyde Park em memória de Brian Jones, morto dias antes. A apresentação gratuita já estava agendada, mas com a morte do guitarrista, ganhou novo sentido.




Get yer ya ya’s out (cd/1970)- Considerado o melhor disco ao vivo de todos os tempos junto com Live at Leeds do Who, este aqui cobre a apresentação da banda no Madison Square Garden em Nova York em 1969. No auge da forma e criatividade a banda detona hits com energia como Jumping Jack Flash, Sympathy for the devil, Street fighting man e outros. Obrigatório.




Gimme Shelter (dvd/1971)- Além de trazer imagens filmadas do show que saiu no disco de 1970, o documentário também mostra o trágico show de Altamont de 1969. O festival era uma espécie de resposta ao Woodstock , já que a banda não fora escalada para o lendário festival, resolveram fazer seu próprio do outro lado do país. Porém, a paz e o amor pregados no norte do estado de Nova York passaram longe do deserto da Califórnia. Na apresentação dos donos da festa, que desde o início se mostrava tensa, focos de briga pipocavam até que um rapaz foi morto a facada por um dos Hell’s Angels que foram contratados para fazer a segurança do evento, ou seja, era o mesmo que usar gasolina para apagar o fogo. É o registro do fim da era flower power e há quem diga que marca também o fim dos anos 60. A seqüência do helicóptero da banda deixando o local como o último helicóptero americano saindo de Saigon tomada pela milícias Vietcong é aflitiva e ao mesmo tempo de uma plasticidade insofismável.

Love you live (cd/1977)- Ao vivo duplo (triplo em vinil) gravado da turnê americana do disco Black and Blue de 1976. É o estágio embrionário das grandes turnês que eles fazem até hoje.



Still Live/Let’s spend the night together(cd e dvd/1982)- Disco e video da turnê do album Tatoo you e inaugura a fase dos megashows da banda.



Flashpoint/Live at Max(cd e dvd/1991)- Flashpoint é um disco ao vivo tirado da perna européia da turnê Steel Weels chamada de Urban Jungle. Conta com participação especial de Eric Clapton e traz de bônus duas musicas inéditas: sex drive e high wire. Bem poderia ser duplo, mas quem quiser um registro em cd mais completo da turnê deve correr atrás da caixa pirata Live at Atlantic City 89. Já Live at Max é a versão em vídeo onde se pode ver todo o gigantismo da turnê que até então foi a mais cara de todos os tempos.


Live at Miami(dvd/1994)-Esse aqui é o video oficial da turnê Voodoo Lounge, a primeira que passou pelo Brasil, mas aqui é a versão compactada do show. Para quem quer ter um registro na integra da turnê deve recorrer a alguma fita com o show do Rio transmitido pela Globo (apesar dos comentários infelizes de Mauricio Kubrusly) ou tentar adquirir um dos vários cds piratas que saíram da turnê (hoje achar em lojas é difícil, mas internet tá aí pra isso).

Stripped(cd 1995)- No meio da megaturnê Voodoo Lounge, os Rolling Stones tiveram a idéia de deixar de lado todo aquele aparato e partir para o básico: banquinho, violão guitarra acústica. A idéia era voltar um pouco a ser aquela bandinha sem-vergonha que tocava em lugares apertados e empoeirados. Traz a inédita versão do grupo para Like a rolling stone de Bob Dylan e a primeira tiragem vinha com faixa interativa para pc-cdrom (a grande novidade tecnológica da época).

Bridges to Babylon(dvd/1998)- Foi o primeiro show dos Rolling Stones a ser lançado originalmente em dvd, já que todos os outros até foram lançados em vhs e convertidos para o formato posteriormente.É a apresentação de Saint Louis em 1997, bem parecida com a que passou pelo Brasil em abril de 98, porém sem a canja de Bob Dylan em Like a rolling stone. Esse encontro histórico é só para quem gravou da Globo.

No Security(cd/1999)- Os Rolling Stones emendaram a Bridges to Babylon tour nessa turnê intitulada como No Security tour. Além de ter uma estrutura de palco bem mais simples, tinha um repertório de musicas não muito executadas em shows da banda. Mas em disco o resultado é burocrático.

Four Flicks (dvd/2003)- Caixa de dvds da turnê meio caça-níqueis de 2002/2003 a Licks tour que comemorava os quarenta anos da banda. Um verdadeiro deleite para os fãs, a caixa que saiu no fim de 2003 traz um documentário, as três faces da turnê (que rolou em arenas, estádios e anfiteatros), extras, câmeras multi-ângulo, ou seja, como disse o critico do jornal britânico the Guardian “é material para manter os fãs ocupados até o natal seguinte”.

Live Licks(cd/2004)-versão em áudio e compactada do conteúdo de Four Flicks. Levando-se em conta o alto preço da caixa ( em média R$230,00, alto mesmo para uma caixa quádrupla) o cd duplo é um bom consolo para quem não teve bala na agulha para adquirir os discos de dvd.