Saturday, December 31, 2005

Melhores do ano

É incrível como esse ano passou rápido, parece que foi ontem que começou. Com o ano acabando vamos à minha tradicional lista dos melhores do ano nas artes.

TV
Não, a tv brasileira não apresentou uma melhora significativa, a tv aberta continua apostando na imbecilização da audiência, com programas vespertinos de quinta explorando a desgraça alheia ou dando relatório sobre a vida das celebridades. Na tv por assinatura o desataque foi a mega minissérie Roma da HBO que reconstituiu de forma magistral a roma antiga nos estúdios cinecittá na Itália e contou a queda da república romana e ascensão do império romano sob o ponto de vista de dois centuriões. Também merece destaque a minissérie brasileira Mandrake produzida pela HBO brasil em parceria com a matriz através de uma política de incentivo fiscal da Ancine. a produção em si é um luxo o problema é que a trama que versa sobre um advogado carioca metido a detetive e comedor é um tanto banal (quantas vezes não vimos essa história?). Entre os seriados the O.C. continuou sendo febre entre o público jovem e Desperate housewives também fez um grande sucesso falando sobre a cruel rede de intrigas de uma vizinhança de um subúrbio norte americano (aqueles aparentes oásis de perfeição). Outro grande destaque foi o Adult Swim, o segmento adulto do Cartoon Network que traz pérolas como Harvey o advogado onde o homem pássaro se torna um advogado de defesa de alguns personagens de desenhos animados, as animações nacionais de Angeli e Adão e os já conhecidos Space ghost coast to coast e o ótimo Mission Hill.

Os melhores do ano
1.Roma(HBO)
2.Segmento de shows da HBO plus
3.The batman (cartoon network)
4.Adult swim(cartoon network)
5.Desperate housewives



ARTES PLÁSTICAS
Foi mais um ano rico em exposições no Rio, com destaques para a do britânico Henry Moore e da pouco conhecida apesar de nascida e formada no Brasil Mary Vieira cujo trabalho dá exemplos de disciplina como base indispensável de liberdade de criação e da beleza como parte integrante da verdade. E não podia faltar Andy Warhol, figurinha fácil por aqui desde a primeira exposição com seus principais trabalhos em 1999, de lá pra cá todo ano há uma exibição de trabalhos do artista por menor que seja. A excelente exibição dos trabalhos de Henfil também atraiu um bom público para o ccbb, foi uma ótima oportunidade de conferir uma coletânea de suas criticas sociais mordazes da época do Pasquim. Outra exposição que merece destaque é Urbicóides de Kadé Monteiro, cujo trabalho se baseia na abstração de formas concretas e concretização do abstrato (como notas musicais que tomam vida) tudo regido por combinações de cores seguindo a tradição da arte vanguardista. E no campo das exposições blockbusters tivemos Por ti América no CCBB, exposição dedicada aos povos pré-colombianos.


Os melhores do ano

1.Henry Moore: Uma retrospectiva (Paço Imperial)
2.Henfil do Brasil(CCBB)
3.Kadé Monteiro-Urbicóides (Casa de Cultura Estácio de Sá)
4.Mary Vieira- O tempo em movimento (CCBB)
5.Andy Warhol Motion Pictures (MAM)


CINEMA
Embora tenha sido um ano com média de bilheteria abaixo do esperado houve uma safra razoavelmente boa, embora da mesma forma que a bilheteria tenha sido inferior a do ano passado. Não houve uma grande pérola como O brilho eterno de uma mente sem lembrança, por exemplo. O acachapante Oldboy, sensação do festival de Cannes do último ano finalmente chegou às telas brasileiras assim como o épico de Zhang Yimou Hero depois de um atraso de 2 anos. O flime de Gus Van Sant inspirado nos últimos dias de vida do vocalista do Nirvana Kurt Cobain Last days teve sessões concorridíssimas no festival do rio, mas o diretor cuja presença havia sido confirmada furou na ultima hora. Três diretores de peso deram a 2005 alguns dos melhores filmes do ano: Fernando Meirelles com seu Jardineiro fiel, sua primeira incursão no cinema internacional, já que o filme é uma produção inglesa, David Cronenberg com Marcas da violência e Thomas Vintenberg com Querida Wendy, roteirizado por seu colega de Dogma 95 Lars Von Trier. 2005 foi também o ano do derradeiro episódio da saga Guerra nas estrelas (star wars é o cacete) maior bilheteria do ano, recuperando um pouco do prestígio perdido pelos dois episódios anteriores, foi a principal atração de Cannes com sessão de gala, presença do elenco e do diretor George Lucas em pessoa, tapete vermelho, execução do tema do filme por uma orquestra sinfônica e tudo mais. Porém, embora seja considerado o melhor filme da saga, ainda não atinge o mesmo nível de qualidade da trilogia clássica apresentando alguns dos erros dos dois filmes predecessores. Já Batman begins cumpriu com a promessa de presentear os fãs do personagem com o filme que eles esperavam desde 1989. Com Christopher Nolan na direção e o ótimo Christian Bale no papel principal o filme baseado no HQ Batman ano 1 de Frank Miller além de explicar a contento a origem do personagem, desenvolve o personagem pelo viés psicológico, explicando por que um milionário resolve sair pelas ruas vestido de morcego combatendo o crime, o filme nada mais é do que uma alegoria sobre nossos medos obsessões e ira. Tim Burton, diretor dos dois primeiros filmes do morcegão quando perguntado pela revista Set sobre o que tinha achado do filme deu uma resposta meio despeitada dizendo que estava muito ocupado terminando A fantástica fábrica de chocolate e quando você está fazendo um filme a última coisa que você quer é ir ao cinema, já Joel Schumacher que assassinou a franquia dirigindo os dois últimos e péssimos filmes deve ter fugido para alguma ilha do Caribe para não ter que responder à mesma pergunta. No Brasil o ano foi fértil, além de Dois filhos de Francisco, maior bilheteria do ano,maior êxito desde a retomada, também tiveram destaque Cidade baixa, Cinema , aspirinas e urubus, Quase dois irmãos e Casa de Areia.
Melhores do ano
Nota: Hero e Oldboy ficaram de fora por serem produções de 2002 e 2003 respectivamente.
1. Batman Begins (Christopher Nolan)
2. Sympathy for Lady Vengeance (Park Chan Wook)
3. Last Days (Gus Van Sant)
4. O Jardineiro Fiel (Fernanado Mirellles)
5. Cidade baixa (Sérgio Machado)



MÚSICA
O mercado fonográfico continua em crise embora tenha havido um pequeno aumento das vendas em comparação a 2004. Mas não teve pra ninguém, esse foi mesmo o ano do IPod, dos aparelhos para carros e microsystem com MP3, celulares com Mp3, enquanto nas grandes magazines os DVDs com shows, clipes e documentários de música vêm tomando cada vez mais espaço, tanto que em algumas os velhos disquinhos estão sendo relegados a cantinhos raspas de tacho enquanto os DVDs brilham como atração principal. Estaria então havendo uma mudança na forma de se consumir música? Qual será o futuro do disco? SACD? DVDAudio? Dual Layer?
Saindo da seara da indústria e partindo para a que interessa, ou seja, a arte em si, o ano foi muito bom; nenhum modismo imbecilizante foi criado, entre os êxitos popularescos o maior foi o cantor (?) Latino e sua Festa no apê (versão infeliz de uma dance music italiana bate estaca). Maria Rita lançou seu aguardadíssimo disco novo mas decepcionou. O formato acústico/ao vivo com a marca MTV continua rentável e inesgotável; Titãs, e Barão vermelhos, decanos do rock nacional apelam para o formato numa estratégia para vender bem sem se arriscar. Na cena internacional, Arcade Fire foi a grande revelação do ano e encantou o público do TIM Festival em outubro com uma música que dosa experimentalismo e lirismo com maestria, seu segundo trabalho Funeral pode ser considerado o melhor do ano. Outra revelação do ano foi a inglesa de origem cingalesa M.I.A, seu Arular é uma mistura de vários ritmos que vão do Banghra indiano ao hip hop americano, passando pelo Ragga jamaicano e até o funk carioca, pena que aqui ela tenha sido reduzida pela mídia local como uma “funkeira”. O System of a down se firmou como a maior banda de rock pesado da atualidade com o excelente Mezmerize e a sensação escocesa Franz Ferdinand passou com Louvor no batismo do segundo disco. 2005 também assistiu à volta de dinossauros: Rolling Stones lançaram A bigger bang, primeiro álbum de inéditas em 8 anos e Paul McCartney também voltou aos estúdios e lançou Chaos and criation in my backyard, ambos os discos muito bons e se não ficarão na história da música pop pelo menos honram seus compositores. Na área dos shows internacionais o dólar ajudou e tivemos um ano principalmente o último trimestre rico em ótimos shows como há muito não se via. Em Maio o White Stripes veio ao Brasil para divulgar em primeira mão o ótimo Get Behind me Satan inclusive fizeram um show memorável em Manaus cidade que sempre se vê excluída de turnês internacionais.O Curitiba Pop Festival mudou de nome para Rock Festival e trouxe o Weezer. O TIM Festival foi um dos melhores festivais já feitos no Brasil, conseguiu trazer Strokes, M.I.A, Arcade Fire, Wilco, Kings of Convinience, Television e Elvis Costello que encerrou o festival com um show histórico. Pouco mais de um mês depois, o Rio assistiu a uma versão mega desorganizada do Claro q é Rock que rolou sem problemas em Sampa, mas por causa de um caminhão de equipamentos que quebrou vindo de São Paulo, tivemos atraso de mais de duas horas para iniciar os trabalhos, um show a menos (Nação Zumbi) som sofrível e Flaming Lips e Sonic Youth fazendo shows curtíssimos (meia hora cada). Só os superestimados do Nine Inch Nail tocaram com um bom som, mas entraram quando já passava das 2 da madrugada. Valeu pelo antológico show de Iggy Pop e do espirituoso ex-Faith no more Mike Patton que veio com sua banda Fantomas que definiu bem o festival:claro q é merda.
Sim, parecia mentira, mas o sonho de uma geração de roqueiros se realizou: Pearl Jam no Brasil. A banda passou por Curitiba, Porto Alegre, São Paulo e encerrou a excursão pelo Brasil com um show catártico na praça da apoteose no Rio.
E 2006 tem Rolling Stones, U2, Bob Dylan, Santana e, dizem, The Who...

Os melhores do ano
Discos
1. Funeral (Arcade fire)
2. Get behind me satan (White Stripes)
3. Mezmerize (System of a Down)
4. A bigger bang (Rolling Stones)
5. Arular (M.I.A)

Shows
1.Elvis Costello and the Imposters (TIM Festival- MAM)
2.Pearl Jam (Apoteose-RJ)
3.Iggy Pop (Claro q é rock)
4.Television (TIM Festival-MAM)
5.Flaming Lips (Claro q é rock)

Saturday, December 24, 2005

Visita Esperada

Ao contrário dos judeus que esperam a vinda de um messias, nós cristãos estamos esperando por sua volta. Nesses tempos conturbados de ódio exacerbado e intolerância, a volta do messias é tida como a única solução para esses conflitos violentos que infelizmente já se tornaram banais no mundo moderno, as palavras de Ian McCulloch do Echo and hte bunnymen fazem todo o sentido hoje:"bring on the new messiah wherever he may roam"(tragam o novo messias por onde quer que ele possa andar). A questão é o que aconteceria se Jesus Cristo voltasse à Terra. Ao meu ver não seria muito diferente do que ocorreu há há 1972 anos(ou 1979 anos se formos pela teoria de que nosso calendário está com 7 anos de delay devido ao erro de um padre medieval), pois por mais pessimista e desolador que possa parecer, ainda não estamos evoluídos o suficiente para recebermos e compreeendermos uma pessoa tão iluminada como JC. Certamente será tido como louco, terrorista, comunista, ou o que for, será perseguido pelo exercito americano, levado a um julgamento nas Nações Unidas sem muita chance de se defender e ainda pode ser assassinado ou "suicidado" na prisão. talvez mais tarde, algo como daqui a cem anos, reconheça-se que aquele homem era a reeencarnação do Messias, mas será tarde demais...ou não? não paa quem quiser capitalizar com uma nova religião, como aconteceu no século 1, templos surgirão, sua volta será prometida, um lugar a seu lado será vendido por muito mais do que trinta dinheiros. Ainda não chegou a hora, não estamos prontos e Ele sabe que a salvação é um esforço conjunto e não um feito individual
tem 56 paus de bobeira? então corra a(realmente boa) banca mais próxima e compre a Uncut deste mês. A revista inglesa traz coo matéria de capa os 20 anos do the queen is dead do th smiths, uma metéria muito interessante sobre o nosso cidade baixa e de quebra vem um cd com músicas selecionadas pelo saudoso John Peel. O preço é salgado(até por que a libra está na ionosfera) mas vale o investimento.

star2000

Canso de dizer e me espantar(que fico até meio chato) com a precisão nas premonições de Andy Warhol quando propalou que no futuro todos teriam 15 minutos de fama. É o q vemos na mídia atualmente, celebridades instantâneas surgindo a cada minuto, pessoas que são famosas não por seus feitos e sim por serem, hã...famosas. Nunca foi tão fácil ser um famoso como hoje;até o século XIX os famosos eram os reis, nobres, descobridores, heróis, gênios da ciência e das artes. Com o advento da industria fonográfica e cinematográfica, os famosos passaram a ser aqueles que estavam inseridos na engendragem daquela cultura de massa, principalmente os que estavam em maior destaque, caso dos atores. Hoje não é preciso desenvolver um trabalho artístico para se tornar famoso, basta aparecer. Isso mesmo, basta aparecer. Onde quero chegar com esse papo? ultimamente na tv aberta tenho me deparado com uma onipresença de uma colega blogueira ex-prostituta(nada contra, elas têm mais princípios do que muita "moça de família") chamada Bruna surfistinha(nome de guerra). Ela acaba de lançar um livro chamado o doce veneno do escorpião que está entre os mais vendidos há semanas e cujo conteúdo é baseado nos relatos de seu blog ,que por sinal é o mais visitado a internet aqui no Brasil, ou seja, seus programas, clientes. Não é novidade pra ninguém que sexo vende, mais a superexposição da colega já chegou a um nível tão alarmante que agora os programas de tv estão chamando a mulher que foi trocada pela Bruna surfistinha. Belíssima, a abandonada serve como ingrediente infalível para uma historinha dramática ordinária adornada com pitadas de sensacionalismo sempre naquele tom maniqueísta"como a princesa foi trocada por uma puta".Bruna , ou melhor, Raquel deve aproveitar ao máximo esse momento, pois breve mal será lembrada a menos que vire uma escritora de renome, o que não é impossível, pois a menina até escreve bem e parece ser inteligente, ou seja ela saberá se reinventar quando o sucesso passar, afinal, Lilian Ramos se casou com ninguém menos que Giuseppe Tornattori