Tuesday, March 21, 2006

O shaman da guitarra abençoado por São Sebastião

Quem foi à apoteose sabado conferiu um dos shows mais virtuosos que já passaram por aqui. Todos os adjetivos atribuídos ao mexicano não são meras hipérboles, é inacreditável o que ele é capaz de fazer com o instrumento. Garanto que muito moleque levado pelo pai (tava um climão família) deve ter se matriculado em escola de guitarra na segunda-feira. Os deuses da guitarra devem ter aberto um largo sorriso.

Friday, March 10, 2006

A certa altura da cerimônia do Oscar (bem menos chata do que a do ano passado em minha opinião) o presidente da Academia veio em nome da indústria quase implorarando para o público não esperar o lançamento dos filmes em DVD, incentivando todos a irem às salas de cinema, pois filmes são feitos para serem vistos na tela grande e nada se compara à experiência de se assistir a um filme na sala escura compartilhando esse momento litúrgico com pessoas desconhecidas. Assim como na Grammy onde já há alguns anos um membro representante da indústria fonográfica vem pedir (em vão) que as pessoas não baixem música da internet ilegalmente, o Oscar também está servindo de palanque para os apelos desesperados da indústria cinematográfica que já começa a temer por uma perda de ganhos tão retumbante quanto à da primeira. Não é de hoje que as vendas de DVDs superam e muito as bilheterias dos cinemas, tanto que filmes que decepcionam nas bilheterias esperam ansiosamente pelo lançamento em DVD para recuperar seus lucros e os que tiveram boa arrecadação procuram caprichar na versão home vídeo para aumentar ainda mais os ganhos. Estima-se que atualmente o aluguel e venda de DVDs respondam por praticamente metade dos lucros de um filme. Até por que, deve-se levar em conta que o DVD criou no espectador comum um hábito que na época do VHS era restrito a cinéfilos, colecionar filmes e não somente alugar e devolver. Eu concordo com o chairman da academia, filmes são para se ver na tela grande, há filmes que simplesmente não cabem numa tv (só se for uma dessas de plasma de 40, 50’’, mas aí esbarra-se no fator$$$).Mas cá pra nós, a experiência de se ir ao cinema vem sendo bastante vilipendiada, já que “as pessoas desconhecidas” não desligam os celulares quando começa o filme e falam durante a projeção sem a menor cerimônia. Antes eu buscava refúgio nos cinemas de arte para evitar esse tipo de infortúnio, mas até neles eu já tive esse tipo de aborrecimento ultimamente. A verdade é que o público que vai aos cinemas está cada vez mais mal educado, independente de classe social e aí não há magia do cinema que resista. Mas se os executivos de Hollywood ainda não se deram conta é que a queda das bilheterias de 2005 não se deve ao DVD e sim à falta de filmes com chamariz ao grande público.