Friday, October 28, 2005

Pois é, tanto choraminguei no post da sexta passada por não poder ir ao Tim festival em especial ao main stage de domingo e acabei conseguindo ir(Deus existe). Comprei o ingresso no cambista (que a principio queria fazer a 200 paus, mas na conversa chegamos a um denominador comum de 120) e presenciei a uma noite histórica, valeu cada centavo, o CBGB’s baixou no MAM. O show do Television foi antológico, longe de uma banda fora de forma fazendo cover de si mesma, os caras ainda mantém a química em alta, clássicos do aclamado Marquee Moon não faltaram, inclusive a faixa titulo foi executada de forma magistral. Elvis Costello trouxe sua banda The Imposters e fez uma apresentação que já configura no hall dos shows históricos junto com Queen no Rock in Rio I(1985), Echo & the Bunnymen no canecão(1987), Stones no maraca(1995) e na apoteose(1998), Sonic Youth no Free Jazz(2000), Neil Young no Rock in Rio III(2001) e Roger Waters na apoteose(2002).O show começou de forma incendiária com Uncomplicated e Elvis chamando o público que permanecia sentado nas(desnecessárias)mesas para se levantar e ir pra perto do palco, afinal de contas aquilo seria um show de rock.Ver a cara de tacho dos seguranças que antes de começar o show mandaram todo mundo permanecer sentado foi hilário, provavelmente a produção do festival deve ter achado que seria um show intimista na linha dos últimos trabalhos do artista, mas foram duas horas de puro e excelente rock n’ roll. O show foi um passeio por toda a carreira de Elvis, se concentrando mais na fase roqueira como Radio radio, watching the detectives, clubland, oliver’s army, what’s so fun about peace love and understand, petardos executados quase emendados uns nos outros, sem aquelas pequenas pausas. Sem duvidas uma noite para ser lembrada por muito tempo.

Thursday, October 27, 2005

Este que vos escreve cometeu dois erros imperdoáveis na coluna do Live 8:
1. disse que David Bowie pegou um concorde e foi de Londres a Filadélfia para cantar dancing in the streets com Mick Jagger, que viagem, Bowie não saiu de Londres e Jagger se apresentou com Tina Turner. Quem realizou a façanha de tocar nos dois lados do Atlântico graças ao supersônico foi o Phil Collins;
2. me dei conta do erro umas duas semanas depois do post e só estou colocando a reparação agora!!!

Friday, October 21, 2005

Não vou ao Tim Festival e é por puro desleixo; subestimei a procura pelos ingressos e fiquei a ver navios. Os três dias e palcos que me interessavam se esgotaram muito rápido. Não consegui nem pro show extra dos Strokes no sábado, e o pior que quando saiu a lista das atrações eu me planejei para ir a todos os dias. O motivo de minhas lamúrias é o fato de esta ser a melhor escalação para um festival internacional no Brasil desde o Hollywood Rock de 1993(aquele no qual se apresentaram Nirvana, Alice in Chains, Chilli Peppers, todos no auge) e também por este provavelmente vir a ser o último ano do evento no MAM que se mostrou um espaço perfeito quando foi adotado como sede do festival em 1996 quando ainda era Freee Jazz, embora aquele espaço Village tenha se tornado Hype demais para o meu gosto(tava superlotando tanto que passaram a cobrar 10 reais de entrada). Contudo, o show que me mais me dói perder é o de domingo: Elvis Costello acompanhado dos Impostors, sua banda da fase áurea, com show de abertura do Television. É o tipo de fenômeno que ocorre somente uma vez no Brasil, como Echo & the Bunnymen com a formação original no Canecão em 87, Kurt Cobain mostrando músicas do disco seguinte In Útero que só seria lançado no meio daquele ano, ou Bob Dylan abrindo pros Stones e depois dando uma canja no show destes na música Like a Rolling Stone (essa nem lá fora). Ou seja, vai ser pra contar pros netinhos. Bom, a vida continua e o negócio agora é pensar no Pearl Jam, Stooges, Stones e corre no ar uma história de que ano que vem vai rolar Jamiroquay, David Gilmour e Radiohead. É torcer pro dólar continuar a R$2,30.
Tô ouvindo M.I.A direto e só agora estou me dando conta. Apesar da badalação, Arular é realmente muito legal e parece que na Inglaterra e em Nova York toca direto, ou seja, os gringos se amarraram no funkão carioca que nada mais é do que uma adaptação do miami bass criado por eles mesmo. é o ciclo se completando.
Parece que Zhang Yimou voltará aos wuxias, confirmando as minhas expectativas de que essa fase artes marciais rendesse uma trilogia, posto que já realizara Hero e House of flying Daggers. O filme que começará a ser filmado em fevereiro traz de volta a musa do cineasta e principal estrela do cinema asiático Gong Li. Também está no elenco Chow Yun Fat, o Li Mu Bai de O tigre e o dragão, que faz papel de um príncipe que vive uma paixão proibida com a personagem de Gong Li, sua guarda pessoal e como pano de fundo certamente veremos embates espetaculares, fotografia magistral e direção de arte de cair o queixo. Vamos esperar.

Wednesday, October 19, 2005

Balanço do Festival do Rio 2005

Findo o festival do rio, faço o meu tradicional balanço do que aconteceu de mais legal no evento, embora esse ano eu tenha assistido a uma quantidade de filmes muito menor do que nos anos anteriores (vida de concursista...). A premier Brasil deste ano ganhou mais destaque e muito mais relevância, a ausência de Oldboy no ano passado foi reparada a contento com nada menos que 3 filmes de Chen Wook Park: o superestimado Três extremos onde o diretor assina o segundo curta e os outros dois filmes da trilogia da vingança na qual Oldboy se insere como o segundo filme; Senhor vingança(ótimo) e Lady vingança(um dos melhores do festival e do ano fácil). A maioria dos convidados estrangeiros furou (Spike Lee, Gus Van Sant, Stephen Frears)mas Danny Glover e Ralph Fiennes cumpriram com o prometido e deram as caras no Odeon nas sessões de gala de seus respectivos Manderlay e O jardineiro fiel do nosso Fernando Meirelles, sessões essas que confirmaram o Odeon como epicentro do festival, posto outrora ocupado pelo eixo Estação botafogo-Espaço Unibanco(o que não quer dizer que a rua voluntários da pátria não botou gente pelo ladrão). Na média geral esse festival, ao meu ver, foi bastante inferior aos anteriores, provavelmente o mais fraco dos últimos 5 anos, faltaram mostras temáticas como a “no ritmo dos musicais” de 2003 onde pudemos ver Rock Horror Picture Show, Hair, the Wall, Tommy no telão, ou a “de volta para o futuro” do ano passado que nos deu oportunidade de (re)ver filmaços como Planeta dos macacos, 2001, Blade Runner , O dia em que a terra parou, Barbarella e Alien onde devem ser vistos: no cinema. Sem falar na mostra Sérgio Leone e a curiosa mostra isso é Bollywood que trouxe ao Brasil aqueles musicais indianos que lotam os cinemas por lá. Sem contar que esse ano apesar de muitos filmes legais não houve “O” grande filme.
Aqui vai minha listinha dos melhores que eu vi.
1.Querida Wendy-dirigido por Thomas Vintenberg e roteirizado por Lars Von Trier, o filme é bem apropriado para esses tempos de referendo acerca do estatuto do desarmamento, fala do paradoxo entre porte de armas e não emprego da violência e coloca em questão a eficácia desta filosofia
2.Last days-O filme cabeça de Van Sant leva o conceito de Elephant à enésima potência. Claramente inspirado nos últimos dias do líder do Nirvana Kurt Cobain, o filme tem longas seqüências contemplativas, planos-sequência, narrativa nem sempre linear e mensagens subliminares. Um verdadeiro alterofilismo cinematográfico
3.Lady vingança-só perde para Oldboy e já está na minha lista dos melhores de 2005, aqui o diretor Chen Wook Park se supera com a estética mais sofisticada apresentada em sua obra até agora e coloca de vez seu nome entre os mais importantes cineastas orientais da atualidade
4.medidas para mudar o mundo-Hilário pseudo documentário alemão sobre idéias absurdas para se viver melhor.
5.seven swords –bela sessão da tarde chinesa, que embora esteja longe de um tigre e o dragão(que viria no festival de 2000, mas acabou só estreando no circuitão em fevereiro de 2001), um Hero ou um House of flying daggers(ambos sensação do festival passado), é um bom passatempo embora pudesse ser um pouco menor.