Tuesday, December 09, 2008



O Guns and Roses foi a banda de rock de maior sucesso no final dos anos 80 e início dos 90. Seu primeiro álbum Apetite for Destruction lançado em 1987 foi o mais vendido daquele ano batendo até mesmo o tão esperado sucessor do disco mais vendido de todos os tempos, o genial Thriller de Michael Jackson, o apenas bom Bad. Apesar de um certo ranço de Hair metal (ou metal farofa como chamamos aqui), Apetite era um bom álbum, a banda tinha boas influências como Rolling Stones circa 71/72, Led Zeppeli
n, Aerosmith na boa fase, Thin Lizzy e Queen. De fato eles tinham um lado poser dos farofas, até porque a banda foi formada em 1985 na Sunset Boulevard, a Meca do hair metal, se uma banda quisesse decolar ali, teria que seguir aquela cartilha. Porém, o Guns tinha atitude que faltava aos colegas superproduzidos trouxe de volta e apresentou para a nova geração a tríade sexo drogas e rock n roll dos anos 70 que estava tão em baixa naquele final de anos 80. Depois disso o sucesso subiu à cabeça de Axl Rose, gravaram um disco duplo pretensioso, trocaram dois membros originais (o baterista Steven Adler que foi demitido por abusar das drogas e o guitarrista Izzy Stradlin, líder da banda, que pediu o boné por não suportar as babaquices de Axl) até que depois de um disco inteiro de covers a banda interrompeu as atividades. A última gravação com a formação clássica foi uma versão de Sympathy For The Devil dos Stones para a trilha do filme entrevista com o vampiro em 1994. Daí começou a novela Chinese Democracy, o novo álbum da banda, a essa altura somente com Axl da formação original, sempre prometido e sempre adiado. Em 1999 parecia que o disco realmente sairia, a canção inédita Oh my god fora lançada na trilha do filme o fim dos dias com Arnold Schwarzenegger e o lançamento ficou programado para o verão americano de 2000. Na data prometida, fora adiado em um ano. Em janeiro de 2001 a banda passou pelo Brasil no Rock in Rio III apresentou várias novas músicas e Axl confirmou durante o show que Chinese Democracy chegaria às lojas em junho de 2001. E depois disso nunca mais se ouviu falar no disco, mas de tempos em tempos Axl aparecia para dizer que o álbum estava para sair e nada. Já estava virando piada no meio musical, quando alguém dizia que algo era pouco provável de acontecer dizia-se que era mais fácil o Chinese democracy sair do que a referida coisa ocorrer. Mas agora 14 anos depois o álbum saiu. Valeu a espera? Claro, se você for fã valeu e muito, 14 anos é muito tempo de espera para não gostar e pronto, mas se você é apreciador de boa música certamente fará ressalvas. Ruim o disco não chega a ser, mas por ficar tanto tempo no forno acabou datando. A intenção de Axl era colocar a banda up to date, em sintonia com a cena musical...de 1997! A faixa título que abre o álbum soa White Zombie, Slacker’s revenge, a segunda faixa, Marilyn Manson, ecos de Ministry e Korn como em Better estão espalhados em diversas faixas e as baladas estão lá, claro, Streets of dreams tem um piano à La november rain e é a primeira faixa que lembra o Guns clássico com vocal bem esganiçado de Axl. As letras seguem a mesma linha de Use Your Illusion, descrença, reclamações de Axl sobre como o mundo é um lugar cruel e inadequado. Quanto aos músicos, a dança das cadeiras foi tamanha que não se sabe quem tocou o que. Mas é possível notar que todas as guitarras soam exatamente como a de Slash, o baixo como de Duff, a bateria como de Matt Sorum, ou seja, Axl instruiu os músicos a tocarem exatamente como seus ex-companheiros. No geral, tirando uma faixa interessante ou outra, como é o caso de If The World e Catcher In The Rye, é um disco pouco inspirado, repetitivo que não acrescenta em nada nem na história do rock e nem no currículo da banda. Resta torcer para que a especulada reunião da formação original se concretize e eles façam algo como o novo do AC/DC, mas aí seria pedir demais

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