Monday, March 02, 2009

No Line On The Horizon


Eis que finalmente chega às lojas o novo disco da que é considerada a última das grandes bandas, o U2. Falou-se muito em revolução. Chegaram a gravar com o produtor Rick Rubin, requisitado por artistas que querem investir em um som mais “pesado”, mas as faixas foram descartadas e No Line On The Horizon (a banda se especializou em títulos longos para seus álbuns)foi produzido pelos velhos de guerra Brian Eno, Daniel Lenois e Steve Lillywhite, que assinaram os discos mais bem sucedidos da banda, inclusive o último, responsável pela renovação do público do quarteto irlandês. Mas não há nada de novo no horizonte. Ouvimos aqui (para o bem ou para o mal) exatamente toda a fórmula usada pelo U2 ao longo desses 31 anos.
A faixa de abertura lembra um pouco a fase Achtung baby/Zooropa, com guitarra cortante de The Edge, a levada lembra o lado b do single de One, Lady With The Spinning Head. Magnificent apresenta uns efeitos anos 80 que o U2 não usava nos anos 80, mas logo se revela uma típica música da banda, até meio previsível para quem acompanha o trabalho do quarteto de longa data. Momento of surrender é longa e com pretensões épicas. Unknown Caller é a que mais lembra o U2 dos anos 80, mais na primeira metade da década, em trabalhos como War(1983) e The Unforgettable Fire(1984). Curiosamente o primeiro single Get On Boots destoa um pouco do resto do disco. Enquanto o álbum de uma maneira geral remete aos 80 essa faixa se aproxima dos últimos trabalhos, há uma semelhança perceptível com Vertigo(só faltou o ôô ô ô ô). Embora tenha sido escolhida como o boi de piranha nas rádios do mundo inteiro, é uma das músicas menos inspiradas do pacote. Depois da pesadona e de letra cáustica Stand Up Comedy, vem Fez-Being Born tem clima oriental, diferente de Mystirious ways, tem um andamento semelhante ao de The Hands That Built America. Breath era para ter ficado de fora, entrou no álbum na última hora, é bela e também tem um leve clima oriental, com alguma influência de Kashimir do Led Zeppelin e o disco fecha com a bela Cedars of Lebanon. A impressão que fica é que o U2 até pensou em ousar, mas preferiu prestar um tributo ao seu legado e encher o álbum de referências, talvez até um pouco auto-indulgentes, mas que vão alegrar muito os fãs. E em julho começa a turnê que pode passar pelo Brasil ainda no fim de 2009 ou início de 2010. Que não se repita a falta de planejamento da demanda da venda de ingressos do último show da banda por aqui nem a bisonha organização das vendas do recente show de Madonna.

1 comment:

. fina flor . said...

querido, adorei revê-lo.

beijocas e boa semana

MM.