
Em seguida entraram sem atraso os alemães do Kraftwerk. A banda fez um show impecável com o seu Kling Klang, usina de som composta por sintetizadores e computadores (agora fininhos laptops), projeções sincronizadas com as músicas e claro, os robôs que substituem os músicos na clássica We Are The Robots. A apresentação podia ser um pouco maior, mas o rigoroso cronograma quase expulsou os quatro do palco, quando as luzes da apoteose se acenderam com a banda ainda no palco. Enfim, com dez minutos de atraso em relação ao programado, entra em cena o prato principal. Com 15 step, que abre o ultimo trabalho do grupo In Rainbows, começou a apresentação da banda que pode ser considerada a maior dessa geração se for levado em conta o fator prestígio+relevância. Embora calcado no último trabalho, não faltaram no repertório hits bem conhecidos pelos fãs como Karma Police, cantada em uníssono, No Surprises, National Anthem, Idioteque, Everything Is In The Right Place, músicas tiradas dos dois discos mais inspirados da banda, Ok Computer e Kid A. A oferta de canções desses álbuns foi mais generosa na América Latina pelo fato de nunca terem vindo aqui e as músicas de In rainbows fizeram bonito, All I Need, Jigsaw Falling Into Place, Weird Fishes/Arpeggi, Body Snatchers e House of Cards foram muito bem recebidas. Tom Yorke esquisitão como sempre até chegou a esboçar uma certa simpatia, parecia um pouco surpreso ao ver a reação do público que acompanhava suas letras como se fossem falantes nativos do inglês. A comunhão palco-platéia fez o evento parecer um grande encontro ecumênico campal que teve como ponto alto o épico hipnótico Paranoid Android, talvez uma das melhores músicas dos anos 90. A última música foi um brinde para os latino americanos, Creep não era mais executada, mas abriram uma exceção para os espectadores de primeira viagem. Uma noite memorável, certamente um dos melhores shows que já passaram por aqui.
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