Sunday, March 15, 2009

APOTEOSE METALEIRA


Show do Iron Maiden é como Rolling Stones e Paul McCartney: muito previsível, sem surpresas, todo mundo sabe exatamente o que vai acontecer, e justamente por isso é divertidíssimo. É como na época de infância que a gente queria ver o mesmo desenho 20 vezes e achava o maior barato, assim é o público de rock clássico em geral, principalmente de Heavy Metal. Se os cinco tios do metal não apresentassem pirotecnia, bonecos gigantes, a mascote Eddie adentrando o palco, certamente o público sairia decepcionado. Nesta sétima passagem da banda pelo Rio (oitava pelo Brasil), a Donzela de ferro proporcionou tudo isso, além do carisma de Bruce Dickinson, dos solos e presepadas de Janick Gers, do baixo preciso do chefe Steve Harris, que colocou a cria Lauren Harris para abrir os trabalhos, os super competentes Dave Murray e Adrian Smith formando uma parede de guitarras e a pancadaria usual do baterista Nico McBrain. O show começou pontualmente na hora marcada, 21 e 30 com imagens do avião da banda Ed Force One nos dois telões nas bordas laterais do palco. A primeira música Aces High levou os milhares de fãs ao delírio, embora o som estivesse meio baixo e embolado no começo da apresentação. Daí seguiu uma seqüência de hits, todos da fase anos oitenta, a era de ouro da banda. Wrathchild, Two Minutes to Midnight, The Trooper, Wasted Years do fraco Somewhere in Time de 86 que inspirou o título da turnê, Somewhere Back In Time, todas cantadas em uníssono pelo público predominantemente masculino e bastante jovem, a maioria não era sequer nascida quando a banda lançou o primeiro álbum ainda com o vocalista Paul Dianno ou mesmo quando aportaram no Brasil pela primeira vez no Rock In Rio em 85. Claro que também não faltou o coro de Fear of the Dark, a única dos anos 90, Iron Maiden, com direito a um Eddie gigante e mumificado surgindo de dentro de uma esfinge soltando fogos pelos olhos e, claro, The Number Of The Beast. Depois de duas horas de muito rock pesado o público parecia de alma lavada. Dickinson prometeu voltar ao país em 2011 e o séquito de fãs fiéis já anotou na agenda, alguma dúvida?

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